domingo, 18 de janeiro de 2009

MAYSA EM NÓS




Assistindo a minissérie global "Maysa - Quando fala o coração", pude refletir um pouco sobre o que é ser mulher em nossos dias. Maysa trangrediu regras numa época em que mulher não trabalhava (ainda mais cantando!), não bebia nem fumava e, muito menos, saia para boemia.


Foi engraçado (ou incoerente, como queiram) ouvir comentários de seres do sexo feminino criticando aquela mulher. Lembrei da máxima evangélica da trave nos olhos (aquela que diz que se vê o cisco no olho dos outros e não se enxerga a trave diante dos próprios olhos) e do quanto ela se faz verdade. Meninas, sejamos menos hipócritas conosco: basta nos olharmos no espelho para vermos o quanto de Maysa há em nós!

Os hábitos tão subversivos de Maysa ontem, tornaram-se corriqueiros hoje: saímos a noite com os amigos, trabalhamos e bancamos nossos vícios. Normal. E sofremos tanto por amor e pela dificuldade de conciliar trabalho com marido e filhos quanto ela sofreu. Pode ser que não coloquemos nossos filhos em colégios internos, mas quantas creches proliferaram por aí... Pode ser até que não deixemos de beijar os nossos filhos por causa de uma gripe, mas também os deixamos órfãos de colo materno quando, mesmo doentes, saimos de manhã rumo ao trabalho.

Joguemos pedras em Maysa! E, assim, nem percebemos quantas de nós sairemos machucadas...

"Mas isso não era tudo!", dirão. Maysa também teve muitos amores. E inconstantes! É, Maysa... Você foi a única a cansar de uma relação estável, a se deixar seduzir por homens lindos e cafajestes, a apostar no improvável como último recurso diante de tantos tropeços e corações partidos! Sei não... Mas acho que temos muito mais Maysas por aí do que imaginávamos.

E Maysa ainda deixa saltar aos olhos algo extremamente marcante de sua personalidade tão feminina: a constante insatisfação. Mesmo com todas as conquistas obtidas, amores, filho lindo, status, parecia que algo lhe faltava. Só restava, então, uma corrida desenfreada a fim de preencher esse vazio que tanto a torturava. Corrida essa que não a deixou perceber que o tempo corria em sentido contrário e que, talvez, de repente, já fosse tarde pra muita coisa.

A eterna insatisfação de uma alma tipicamente feminina foi o papel que Maysa representou (e cantou) muito bem.

E, então, olhando mais uma vez, com cautela, diante do espelho, podemos ver os olhos pintados, tão melancólicos e intensos, de Maysa.

7 comentários:

  1. Concordo com você, Fê!
    Maysa é exemplo de mulher à frente da época, de mulher não conformada com os limites machistas impostos, mulher que queria ser amada, que queria mais!
    Ah, confesso que tenho um monte dela em mim, mesmo... rsrsrs
    Têm tantas outras que podemos destacar, que fizeram história...
    Maravilhosa explanação!
    E obrigada pela visita... Adoro escrever e sou viciada em Internet, menina! rsrsrs
    Bjs e voltarei sempre!

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  2. Oi, Fê
    Passando para conhecer seu blog: uma gracinha. Não estou acompanhando a minissérie, tampouco vivi a época da Maysa, mas sei que para transgredir é preciso boa dose de coragem. E eu admiro mulheres corajosas.
    Tenha uma boa semaninha! Obrigada pelo link.
    Um beijo

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  3. Lendo seus texto, me parece que inconscientemente, você descreveu, não necessariamente na mesma ordem, a "ação", "o motivo", "a causa" e o "fim" da, digamos, tragédia. Já pensou se todos transgridem regras, tenho certeza que nosso cotidiano seria um caos.
    Por isso regras são importantes para uma vida tranqüila, de saúde, que valorize os bons costumes e a família, não apenas para mulheres, como também para os homens e "nossos" filhos.
    Já fugindo um pouco, do foco, do assunto principal, já que mencionou sobre machismo, e sem muitas "delongas" quero apenas registrar minha opinião: 1. Peso que o homem não é machista e sim as mulheres; 2. É engraçado ouvir isso, por que tenho certeza que nenhuma mãe quer uma vida de Maysa para suas filhas.
    Claro que não estou aqui para jogar pedras em ninguém, mas acho que temos que pensar qual o nosso objetivo, o que desejamos para nós, conhecer-mos mais sobre nós mesmo. Por que mudar as regras depois que começa o jogo é muito fácil. Ter um filho, como milhares de homens e mulheres, para depois deixa-los para "a vida" criar, é fácil. Assumir compromisso, casar, com um homem de tradição, de costumes tradicionais e querer impor suas transgressões, me parece a mesma do homem machista que impõe suas transgressões.
    Mulheres (e homens) como Maysa, que se deixam levar por emoções e por pessoas fúteis a ponto de acabar com um relacionamento sério, maduro e estável, estão, obviamente, a sofrerem a mesma "punição": Um dia serão deixadas por falta de novas emoções. É claro que isso se deve pela incapacidade de controlarem seus impulsos, de estarem perdidas e sem rumo. Nota-se que um dia está tão deprimida a ponto de procurar sua própria morte e noutro a ponto de ver um bando de pássaros verdes pousando num oásis das arábias.
    só podemos sentir falta daquilo que construímos com amor e dedicação quando estamos vivendo e fazendo parte deles. Não podemos olhar para trás, ver os filhos que colocamos no mundo, nossos pais, amigos e "amores" e dizer que fazemos parte deles se não estamos lá junto suprindo suas necessidades e vivenciando suas alegrias.
    Temos que aprender a viver em sociedade, criar um laço de estima, de valores com nossa familia e de certa forma com a sociedade. Ter uma vida individualista sem se importar com os sentimentos alheios é triste até para nossos inimigos.
    Um abraço a todos.
    Roberto Ramos

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  4. ótimo post. Muito bom teu blog, gostei daqui.
    Maurizio

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  5. Creio que antes de pessoa independente, mãe, cantora, antes da tristeza e da alegria, antes das criticas ou dos preconceitos, Maysa é Mulher!
    Por isso que em nosso intimo, nos vemos refletidas nela....
    Parabens pelo texto, umas das criticas mais bens construíds que encontrei na blogosfera.
    beijos

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  6. aaah eu adoreei Maysa!
    de mais mesmoo s2

    adorei o blog
    espero vc la no meu tbm!

    beijoo =*

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  7. ameey ' amooo ela nem conheçia atraves da mini-serie pude conheçer apaaixoneey veeý seerio TCHE ' muuito massa (L)

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